sexta-feira, 2 de maio de 2008

Entrevista Vivian Vixen

Depois do lançamento de seu primeiro EP "Hard Times" ela nos conta essa nova etapa de sua carreira.

Com pouco mais de 5 anos de carreira, a DJ Vivian Vixen pode se considerar uma mulher de sorte: É uma das mais conhecidas Djs do Brasil, além de ser produtora de mão cheia, tendo seu primeiro EP “Hard Times” comercializado nos maiores sites de vendas de música digital do Mundo. Com esse lançamento a DJ atingiu uma nova fase em sua carreira e concedeu essa entrevista para o BaladaPlanet.

BP: Você lançou recentemente seu EP "Hard Times" e ele pode ser encontrado nas maiores lojas virtuais de música digital. O que esse lançamento mudou na sua vida? Trouxe maior projeção?
Vivian: Este foi o meu primeiro lançamento, viabilizado pela gravadora Wired Music. Fiquei muito feliz que tenha sido através da Wired porque eles tem feito um trabalho muito importante de valorização dos artistas nacionais, coisa muito rara no nosso mercado hoje em dia. Coincidentemente aconteceu após exatamente um ano do lançamento do meu projeto, então o considero como uma comemoração de aniversário. Com certeza trouxe uma projeção maior à minha carreira no mercado nacional e internacional também, pois agora todos tem acesso fácil ao meu trabalho.

BP: Você é uma produtora da nova leva, que praticamente viu o CD sendo extinguido do mercado fonográfico. Qual a sua opinião de lançar sua música em formato MP3? Acha que isso é benéfico?

Vivian: O mercado encontra-se numa fase de transição. Ao mesmo tempo que prensar um album em CD não é mais lucrativo, para um artista sem projeção internacional lançar suas músicas apenas virtualmente também não é interessante. Se você não tem ao menos um album lançado (aqui e no exterior) sua música vende muito pouco. Respondendo a sua pergunta, sim eu acho benéfico pois o mercado de venda de mp3 já é muito grande, lucrativo e proporciona uma projeção global do trabalho do artista, mas ainda considero muito importantes promocionalmente os lançamentos em CD.

BP: Como você vê o fato de que suas músicas podem ser adquiridas por uns, mas que outros poderão se apropriar dela por meio de programas de compartilhamento de arquivos?
Vivian: Infelizmente isso é incontrolável mas é uma realidade com a qual temos que lidar. Acarreta uma redução considerável no lucro que temos com as nossas produções mas ao mesmo tempo temos um aumento muito grande de festas que somos convidados a tocar, o saldo acaba sendo positivo.

BP: No Beatport, sua música foi classificada como Progressive House. Mas você originalmente é uma DJ de trance. O que vc acha da rotulação atual da música eletrônica? Um tanto quanto confusa?
Vivian: Engraçado, o Beatport não foi o primeiro a classificar a minha música como House. Tenho influências de diversos estilos e isso se reflete muito nas minhas composições. Sou contra rótulos, especialmente para uma coisa tão abrangente como música eletrônica. Como hoje existem milhares de produtores vindos de diversos estilos e escolas diferentes, os estilos estão se fundindo cada vez mais e com isso fica muito dificil classificar as músicas.

BP: Atualmente o que você esta absorvendo no seu som de toda essa onda minimalista e do revival do techno?

Vivian: Meu som está longe de ser minimal. Gosto muito de coisas melódicas, harmônicas, que são capazes de atingir o individuo no âmbito espiritual. O DJ interage pouco com o público em relação à uma banda que se comunica diretamente atraves das letras de suas músicas. A melodia aproxima o DJ do publico, estabelece uma comunicação, fala com ele. Eu gosto de minimal e mais ainda de techno. Como não produzo estes estilos e nem pretendo produzir num futuro próximo, os incorporo em meus DJ sets. Os sets são mais voltados para o Electro, mas tem um pouco de Minimal e cada vez mais de Techno.

BP: Você é uma DJ que surgiu na cena psicodélica nacional. Como você enxerga essa cena atualmente? Consegue ver um futuro promissor para ela?
Vivian: Acho que a nossa cena está em seu momento mais próspero até hoje, tendo como estilo principal o Psytrance. Ir à uma festa com duração de quase 24 horas e com um público de 20.000 pessoas era algo inimaginável hà alguns anos. O Psytrance é um estilo bem sólido por aqui, não o vejo morrer. Acho que como as festas estão com line ups com estilos cada vez mais variados, o Psytrance com certeza vai perder um pouco de espaço, mas nunca se extinguir por completo. Fora isso temos clubes que não deixam nada a desejar aos clubes gringos, com uma estrutura incrível e ótimo sound system. Hoje podemos sair todos os dias da semana e ouvir estilos completamente diferentes tocados por DJs nacionais e internacionais. Acho que estamos em um momento ótimo e com um mercado que tem espaço para todos, devemos aproveitar isso ao máximo.

BP: Quais são os projetos e DJs que você mais admira atualmente?

Vivian: Artistas criativos, de vanguarda, são raros. Tenho gostado muito dos trabalhos do Booka Shade e Trentemøller. Gosto do Paul Van Dyk, Armin Van Buuren mas eles tem fases que me agradam muito e outras nem tanto. Aqui no Brasil destaco o Gui Boratto pela criatividade e o Act. Sense pela técnica de produção.

BP: Conte-nos como é sua vida fora das pistas. O que você gosta de fazer quando esta de folga, essas coisas.

Vivian: Minha vida tem sido de muito trabalho e estudo. Tenho aulas em um conservatório de música, o que me toma metade do dia, na outra parte fico dentro do estúdio produzindo e fazendo a parte "burocrática" do trabalho. O que me resta de tempo livre eu dedico ao cinema que começou como minha profissão mas hoje é um hobby que me dá muito prazer.

BP: Por último gostaria de agradecer a entrevista e fazer um rápido bate-bola com você:
** Cerveja ou Vodka?
Vivian: Os dois hahahaha.

** CD ou Vinyl?
Vivian: CD.

** Cubase ou Logic?
Vivian: Logic.

** Trance ou House?

Vivian: Trance, House, Techno, Minimal...

** Comida favorita?
Vivian: Japonesa!!!

** Rave ou club?
Vivian: Rave para dia, club para noite.


Vivian: Queria agradecer ao BaladaPlanet pelo espaço e parabenizar a equipe pelo trabalho feito ao longo dos anos. Para o público quero agradecer o carinho enorme com o qual sou recebida em todos os lugares em que me apresento e também deixar um recado: Usem música, não usem drogas! A música é capaz de leva-los a estados muito mais elevados de consciência do que qualquer outra coisa!

Obrigado!!

Entrevista por Rodrigo Reinelt - Colaborador BP


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